Sabemos que a Astrologia tem estado presente nos mais importantes momentos da Humanidade, ao longo da História. Sabemos também das múltiplas possibilidades de aplicação do saber astrológico, nos mais diversos ramos da atividade humana. E sabemos ainda do grande fascínio que a ciência dos céus exerce sobre a maioria das pessoas.
Mas, o que é a Astrologia, afinal?
Evidentemente, qualquer tentativa de conceituar algo tão amplo será tarefa das mais difíceis, face à própria limitação dos conceitos intelectuais humanos. No entanto, poderíamos arriscar o seguinte: a Astrologia é a parte da Cosmologia que estuda a relação entre os fenômenos celestes e os fenômenos terrestres. Entendemos por Cosmologia a ciência que estuda o Cosmos e as relações de suas partes integrantes — inclusive o Homem —, entre si e com o Todo.
artindo do paradigma cosmológico, tomamos como premissa básica a idéia de que todas as coisas estão relacionadas entre si, funcionando em harmonia, uma vez que fazem parte de um mesmo Universo (é válido lembrar que a palavra cosmos em grego significa harmonia).
Esse conceito filosófico era conhecido entre os gregos como simpatia universal e ampara a visão unicista de que o Universo é um único e grande todo, composto por partes interligadas, como os órgãos de um mesmo corpo.
Dentro dessa estrutura de pensamento, a Astrologia, enquanto ciência cosmológica, ocupa-se da suposta relação entre os fenômenos celestes e terrestres e mais ainda: a natureza dessa relação, seus alcances, limites e significados, objetivando o entendimento e utilização desses conceitos na melhoria de nossa qualidade de vida e uma mais ampla compreensão de nossos processos existenciais.
Conhece-te a ti mesmo, Homem, e conhecerás o Universo e os deuses, já dizia Sócrates. Conhecer a si mesmo equivale a conhecer o Universo e vice-versa, já que o macrocosmo (o Universo) e o microcosmo (o Homem) nada mais são do que reflexo e refletor um do outro.
Nesse sentido, podemos dizer que todas as infinitas potências celestiais estão armazenadas no interior de nossa alma e, através do conhecimento dos ciclos e movimentos celestes, a Astrologia possibilita estabelecer um retrato do Cosmos no Homem e do Homem no Cosmos, conscientizando-nos acerca de todas as nossas potencialidades latentes e, por outro lado, dos desafios que temos que vencer, ao longo de nossa vida. Segundo Dante, considerado por muitos o expoente máximo da Literatura no Ocidente, uma ciência é alta, em nobreza, na medida direta em que é alto e nobre o seu objeto. Nesse caso, a Astrologia é a mais alta e nobre de todas as ciências, já que tem por objeto o que há de mais alto e nobre dentre tudo o que existe: o Céu.
E trabalhar com essa superestrutura do Cosmos faz da Astrologia uma super-ciência, capaz de falar acerca de todas as outras e que serve de preparação para a finalidade última da existência: o conhecimento da Divindade.